Nesta sexta-feira, tive a oportunidade de conferir duas das produções que estão em cartaz no circuito brasileiro, e nas linhas a seguir deixo minhas impressões sobre elas, que são Círculo de Fogo e Percy Jackson e o Mar de Monstros. Os textos ficaram breves e, logo, decidi uni-los em um post único. Então vamos ao que interessa:
A comunidade nerd se arrepiava na expectativa por ver robôs gigantes defendendo nosso planeta, neste longa de Guillermo Del Toro, algo que nos foi prometido e escondido durante três filmes por Michael Bay e suas megalomanias na franquia Transformers, mas este Círculo de Fogo está anos-luz distante dos defensores gigantes apresentados por Bay. Ainda unindo-se a isto às constantes homenagens e referências à cultura japonesa do tokusatsu, mas pegando tanto os fãs desta quanto aqueles que não são - como no meu caso - e suprindo certamente as expectativas.
Mesmo tendo mais de 120 minutos para se desenvolver, o roteiro de Travis Beacham e Del Toro apresenta tudo bem rápido, mostrando que o planeta já está sofrendo com os ataques dos Kaijus e criou o método dos Jaegers, como são denominados os robôs protetores, pra defender o planeta destes ataques, mas fique tranquilo, conforme o filme vai se desenrolando, a trama do motivo dos ataques vai sendo melhor desenvolvida, juntamente com algumas sub-tramas para desenvolver suas personagens, apoiando-se num grande recheio de clichês para isto - normalmente bem utilizados, mas depois tornando-se um pequeno problema para o filme -, enquanto o que realmente nos interessa são os confrontos.
Ao melhor estilo Power Rangers, dois pilotos controlam todos os movimentos dos Jaegers através de seus próprios corpos, abrindo aqui também o espaço para uma sutil crítica com a falta de mulheres no controle destes robôs, até que Mako Mori (Rinko Kikuchi) quebra os paradigmas e pilota um de nossos robôs-protagonistas. Quando já está tudo preparado para a batalha, teremos sequências grandiosas do confronto entre Jaegers e Kaijus que, mesmo cheias de ação, efeitos visuais e muito espaço ocupado, nunca nos deixam nos perder nelas graças a ótima direção de Del Toro, sem precisar de cidades sendo destruídas para comprovar a força dos envolvidos na luta, já que em sua maioria ocorrem no mar.
E aproveite com moderação, afinal de contas, será difícil evitar imitar os movimentos dos pilotos dos Jaegers na sessão onde estiver, bem como a vontade de pegar seus robôs de brinquedo e brincar com eles assim que chegar em casa. Empolgante e extremamente divertido - como sua cena pós-créditos.
Círculo de Fogo [Pacific Rim, EUA, 2013. Direção: Guillermo Del Toro]
Lançamento no Brasil: 09 de agosto de 2013, nos cinemas. [Avaliação final: ****¹/2]
Este aqui talvez seja bem pelo contrário, falta algo empolgante para uma obra que aspira ser uma franquia de sucesso entre o público jovem, ainda que não seja de todo ruim.
Três anos depois de um pífio, mas lucrativo, primeiro filme, as adaptações de Percy Jackson estão de volta aos cinemas com este longa que traz um desafio a todos os jovens habitantes do acampamento dos meio-sangue, em que eles devem enfrentar ciclopes, competições entre si e um mar de monstros para alcançar um velocito que pode salvar este acampamento, cujo campo de proteção está ameaçado.
Misturando um pouco de mitologia grega - com algumas falhas nessa parte - e sua própria mitologia mágica para justificar o poder das personagens nas situações enfrentadas, Percy Jackson e o Mar de Monstros explora melhor isso do que seu antecessor, bem como supera o primeiro filme em questão da ação em si, já que a direção de Thor Freudenthal se sai muito bem nesse sentido, com cenas claras e efeitos visuais - as sequências do barco no mar de monstros são bons exemplos -, além de encontrar um foco muito melhor do que no antecessor, que não se definia entre os dramas rasos e a "galhofagem" de alguns momentos, enquanto aqui aposta mais na seriedade - o sumiço de Grover (Brandon T.Jackson), comum alívio cômico, durante boa parte da projeção é parte da responsabilidade disto. E, praticamente, é só.
Cercado por clichês e previsibilidade desde os primeiros minutos, quando vemos a câmera alternando-se entre um desafio pelo qual Percy (Logan Lerman, carismático) passa e, em seguida, a reação de seus colegas; ou na insistente ao ponto de ser maçante e irritante rivalidade entre o personagem-título e uma colega que constantemente o vence em desafios no acampamento; mas é claro que se unem na primeira situação em que precisam trabalhar juntos; além dos constantes erros de pronúncia de Mr.D (Stanley Tucci, pagando suas contas) nos nomes dos jovens para demonstrar seu descaso com os mesmos e arrancar risadas de alguns poucos na sessão. Falta também originalidade ao longa, que de vez em quando se apoia bem claramente em alguns elementos de Harry Potter - a sequência do táxi deixa isso bem claro -, mas infelizmente, esta segunda parte não tem a coragem da própria saga do bruxo de Hogwarts de matar personagens importantes quando necessário, quando já no terceiro ato encontra - pasmem - três conveniências diferentes para trazer três de suas personagens anteriormente - e aparentemente - mortas de volta à vida.
Imagino que o longa tenha atrativos o bastante para os grandes fãs da série literária e, especialmente, o público mais novo que busca uma aventura com elementos que os atraiam em live action, e portanto a franquia seguirá com um bom resultado comercial, mas ainda no aguardo de algo que empolgue mais do que apenas um longa, no máximo, mediano, cuja projeção não passa tão rápido quanto o esperado.
Percy Jackson e o Mar de Monstros [Percy Jackson: Sea of Monsters, 2013, EUA. Direção: Thor Freudental]
Lançamento no Brasil: 16 de agosto de 2013, nos cinemas. [Avaliação final: **]
Até a próxima.
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