Era do Rádio, A |
Radio Days, EUA, 1987. Direção e roteiro: Woody Allen. Elenco: Seth Green, Dianne Wiest, Mia Farrow, Josh Mostel, Danny Aiello. Duração: 88 min.
Nas memórias de um garoto, interpretado por Seth Green, mas provavelmente um retrato do próprio Woody Allen, em sua fase infantil, residem diversas memórias de uma época em que a Segunda Guerra Mundial assustava a população, enquanto a mídia que reinava era o rádio. Cada uma das histórias contadas pelo garoto, normalmente envolvendo conhecidos ou familiares, envolviam, de alguma forma, o rádio - do programa favorito de um, ao sonho de utilizar sua voz como instrumento de trabalho da outra.
Naquela que, ao menos para mim - e entre as que vi -, é a obra máxima do grande cineasta, reside uma excelente comédia com toques emocionais, em seu universo próprio. Se por vezes o artista abre-se para a nostalgia emocionada ao relatar a melancolia de notar que a grande era do rádio estava chegando ao fim, por outras este parece voltar à infância ao escolher desfechos inacreditáveis - e indubitavelmente hilários - para algumas das sub-tramas que propõe-se a narrar - como no caso do gordinho judeu que se torna comunista após algumas horas na casa dos vizinhos, ou na invasão alienígena falsa narrada por Orson Welles no rádio que livrou a tia do garoto de uma provável nova enrascada romântica -, mas não pense que este absurdo nos desfechos atrapalha; pelo contrário, são algumas provas mais da imaginação fértil de Allen trabalhando a favor do bom humor.
Mesmo quando se deixa ser levado pelo ridículo, A Era do Rádio ainda abre espaço para dialogar sobre a influência da mídia presente em seu título na sociedade da época. E a magia do rádio certamente contaminou cada instante da fita.
[Avaliação final: *****]
Até a próxima.
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